sábado, 17 de maio de 2014

Metade das queixas de homofobia na PB é retirada pela vítima, diz delegado

Metade das queixas de homofobia registradas na Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Homofóbicos de João Pessoa não avança por medo das vítimas em se exporem. Essa é a observação do titular da delegacia, o delegado Marcelo Falcone, que diz que essa é a média de denúncias que não resultam em inquéritos por solicitação das próprias vítimas. Neste sábado, dia 17 de maio, se celebra o Dia Internacional de Combate à Homofobia.
A maior parte dos casos que têm chegado à delegacia são considerados de injúria e ameças. “Os atendimentos têm sido feitos com pessoas em todas as camadas sociais, no entanto, ao tomarem conhecimento recuam. A maior preocupação das pessoas é a de não se expor”, afirmou.
Em 2013, a delegacia acompanhou 40 casos de homofobia em João Pessoa. Vinte deles foram relacionados à discriminação a gays, 14 contra lésbicas e seis de intolerância a transexuais. Do total de 40 ações, o assessor jurídico do Centro de Referência dos Direitos LGBT, Ricardo Mororó, reforça que apenas três dos 40 casos foram concluídos.
O maior obstáculo, na visão de Mororó, é a penalidade branda para esse tipo de crime. A lei de 1999 garanta que o réu tem direito a entrar em um acordo com a vítima, do cumprimento de trabalho voluntário ou de pagamento revertido em cesta básica a ser distribuída com entidades sociais na capital.
Ricardo Mororó enfatizou que os atos de homofobia são minimizados pela sociedade e subestimados por segmentos do serviço público. “Não existe uma punição severa à homofobia. A única é a que faz o agressor  ir a uma audiência. Alguns crimes prescrevem porque simplesmente não há vontade política de punir esses crimes”, disse.
G1Paraíba

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