No começo de 2011, Chico passou três meses hospitalizado por causa de
dor no peito. Na ocasião, ele foi submetido a uma angioplastia para
desobstrução de artéria, seguida de uma traqueostomia e uma endoscopia.
Onze anos depois, em 1968, o humorista entraria para o elenco da Globo. Entre 1982 e 1990, ele apresentou o Chico Anysio Show.
No início dos anos 70, a crítica política e social também se tornava
foco do humor, na Inglaterra, com a estreia da série cômica Monthy Python.
Por aqui, Chico Anysio e Jô Soares seguiam a tendência de zombar do
conservadorismo político. “Em algumas épocas, sobretudo as de forte
censura, o humor funcionou como válvula de escape, já que possui vocação
intrínseca para revelar verdades escondidas sob o véu da mera
diversão”, diz Elias Thomé Saliba, titular de teoria da história da
Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro As Raízes do Riso (editora Companhia das Letras, 366 páginas), em reportagem publicada no site de VEJA.
Precedidos por José Vasconcelos, tanto Chico Anysio, com Chico Anysio Show, quanto Jô Soares, com Viva o Gordo,
transformaram a fórmula em apresentações ao vivo concorridas. Sobre o
palco, diante do microfone, os dois destrinchavam o repertório de
crítica política e social travestida de humor. O formato é idêntico à
vigente comédia stand-up, praticada por humoristas jovens que fazem
sucesso ao satirizar aspectos do cotidiano e celebridades.
Em suas últimas aparições públicas, Chico Anysio reclamou da geladeira a
que foi submetido pela TV Globo. "De 1957, quando entrei na televisão,
até 2002, quando extinguiram meus programas, sempre fui líder de
audiência. Não sabia o que tinha feito de errado. Passei dias pensando
em todos os diretores da Globo, um por um, para tentar chegar a quem
teria me boicotado. Também pensei que os irmãos Marinho não gostavam de
mim. Se o pai deles [Roberto Marinho, fundador da Rede Globo] estivesse vivo, eu não teria saído do ar", disse Anysio em entrevista à revista VEJA.
Fonte: Veja