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Foto: divulgação da internet |
Diante de sinais de rebelião no
Congresso, a cúpula do governo endureceu o tom e decidiu cobrar dos ministros
que enquadrem as bancadas aliadas, sob pena de ficarem insustentáveis nos
cargos. O Planalto quer agora que os partidos mais divididos fechem questão
para conseguir aprovar a reforma da Previdência. Os parlamentares que
desrespeitarem a ordem correm risco de punição.
O PMDB deve ser o primeiro a dar o
exemplo. Depois de mostrar infidelidade em votações consideradas mais leves,
como a da terceirização e a do requerimento de urgência, na terça-feira (18),
para a reforma trabalhista, o partido do presidente Michel Temer sofre cada vez
mais pressão do Palácio do Planalto.
“Fechar questão é um instrumento
legítimo para o partido marcar posição”, afirmou o líder do governo no Senado,
Romero Jucá (RR), presidente do PMDB. Interlocutores de Temer observam que, com
a estratégia, os parlamentares poderão dizer aos eleitores que foram obrigados
a seguir diretriz do partido para aprovar as mudanças na aposentadoria.
Em fevereiro, Jucá protagonizou
confronto público com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira
Franco, para quem a tendência do partido era liberar a bancada na votação da
reforma da Previdência. “Não temos tradição leninista”, disse Moreira, na
ocasião.
De lá para cá, porém, o governo sofreu
derrotas na Câmara e as delações da Lava Jato contribuíram para aumentar a
crise. É tanto o esforço do Planalto para transmitir à sociedade a mensagem de
que a Lava Jato não parou o governo que Temer já planeja recorrer a
ministros-deputados para a aprovação da reforma da Previdência.
Dos 28 ministros, 12 são deputados
licenciados que podem voltar ao posto, se necessário, para ajudar Temer na
Câmara. Os ministros também foram orientados a intensificar o contato com os
parlamentares e a procurar individualmente os integrantes de suas bancadas.
A ideia é que eles apresentem ao
governo um mapeamento do voto de cada deputado. “Os ministros vão ter de
trabalhar suas bancadas. Senão, vão ter de deixar os cargos”, disse o deputado
Darcísio Perondi (PMDB-RS).
Recado - Na lista dos
“traidores contumazes” estão PSB, PRB e PPS, embora o próprio PMDB e o PSDB
também tenham se mostrado infiéis. Nesta semana, os ministros Leonardo Picciani
(Esporte) e Marx Beltrão (Turismo), ambos deputados licenciados, participaram
da reunião da bancada do PMDB. Ali, o recado foi claro: quem votar contra a
reforma terá de devolver os cargos.
O ministro da Cultura, Roberto Freire,
também ameaçou sair se o PPS enfrentar o governo na reforma da Previdência. A
advertência foi feita a parlamentares após as traições verificadas na votação
da terceirização.
Considerado o aliado mais infiel, o PSB
deve fechar questão, mas contra as reformas da Previdência e trabalhista. “Há
uma avaliação de integrantes da bancada de que esse governo está tendo uma
inflexão excessivamente liberal”, disse o presidente do PSB, Carlos Siqueira.
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho
(PB), afirmou que o partido não obrigará ninguém a votar com o governo.
Assegurou, porém, que o DEM é favorável à reforma da Previdência.
MSN Notícias