terça-feira, 1 de novembro de 2011

Família; Obra Divina ou União Estável?

Entremos num assunto de uma gama bastante extensa, a Família, considerada nas ciências sociais como a primeira de todas as sociedades, começo da vida dos seres humanos, lá são constituídas regras, aprende-se a valorizar costumes, se ganha direitos e deveres á serem respeitados, todos nós viemos de uma família.

Desde nossa infância muitos de nós fomos criados sabendo que a família constitui-se de Pai, Mãe e Filhos, com o passar dos tempos uma parte da sociedade que é taxada de "diferentes", foi ganhando espaço e conseguindo a garantia do cumprimento de vários direitos, que antes não eram respeitados, tais como o direito de liberdade de expressão, mais ainda existe uma grande barreira que são as entidades religiosas. Agora com a PL122, garantindo que a união estável ganhe "status" de família e criminalizando qualquer tipo de preconceito ou atitude que pareça descriminação contra a opção sexual de outrem, é mais um avanço nessa luta e mais lenha na fogueira no bate-boca com as igrejas.

Fica agora uma briga mais ferrenha, as igrejas estão proibidas de falar que a família só é constituída de Pai(homem), Mãe(mulher) e os filhos, pois foi assim que Deus a deixou e é assim que deve-se constituir até o fim dos tempos, porque estariam descriminado os homossexuais.

Vemos ai um confronto de direitos e interesses: Liberdade de Expressão que antes era reivindicado pelos homossexuais, agora encampado pelas igrejas e moralistas contra o direito de Constituir Família.

A Constituição Federal Brasileira de 1988 é considerada por cientistas políticos conceituados no mundo, como o texto constitucional mais atual, humano e social, o problema é a ineficiência na aplicação do que está escrito e o pior de tudo, são as formas de sua aplicação, objetivadas somente por interesses políticos na guerra entre o Governo e Oposição no Congresso Nacional, e com isso tudo, onde está a paz e harmonia que a Constituição tem como base para a boa convivência de seu povo?

Está na hora da gente acordar e nos interessar em estudar e praticar a política da boa vizinhança, valorizar o bom dos momentos que vivemos, se houver discussão, devemos procurar o elo de conexão de nossos interesses, porque a guerra dos opostos é eterna.


Thiago M. Florentino

Qual o preço de uma vida?

Para muitos a vida pode custar um celular, uma carteira, um carro, uma pedra de crack, um saquinho de cocaína ou um cigarro de maconha, o problema não é a falta de condições, de preparo ou de qualidade nos serviços prestados pelas polícias do nosso país, e sim na mancha de corrupção que amaldiçoa a humanidade desde milênios.

Existe no Brasil uma coisa chamada: jeitinho, que não deixa de ser um tipo de corrupção, exemplo, uma mão cobrindo a outra ou fazer o possível pra conseguir algo no modo mais fácil, são coisas desse tipo que não permitem que a segurança esteja sendo desempenhada como deve ser, o policial que não respeita a farda da corporação ao qual é subordinado para ter acesso as favelas não mede nenhum esforço em fazer qualquer tipo de negócio pra não se envolver com os bandidos, fica aquela coisa, faz o seu trabalho que eu faço o meu, ninguém incomoda ninguém e tudo fica em paz, essa realidade não tem como esconder.

A Juíza Patrícia Acioli foi mais uma da vasta lista de pessoas que tiveram suas vidas tiradas por não se calar e penalizar quem quer que fosse que comungasse com essa prática, o Brasil não é uma terra sem lei, o problema são os que fazem a lei e os que são responsáveis por sua aplicação, foi elaborado um referendo onde muitos não aceitaram o desarmamento, porém se calam e se rendem a regras esdrúxulas e inaceitáveis ditadas por bandidos, que fazem a torto e a direito tráfico ilegal de armas e drogas, promovem verdadeiras guerras quando vão tomar posse de outro território, que deveria ser do povo, porém pertence a outros bandidos.

A sociedade tem que descruzar os braços, não fazer justiça com as próprias mãos, mais denunciar, abrir a boca, a vida é um bem que deve ser tão zelado, só se tem ela uma vez e não deve ser tão exposta ao perigo se sujeitando a algumas condições que nem sabe se vão lhe servir pra toda uma vida que existe pela frente, não troque sua vida para viver sujeitado a insegurança.


Por: Thiago M. Florentino

Ao pó vieste, ao pó pertencera! Como dar a volta por cima?

No mundo da dependência, o que o dependente procura é o refúgio para a sua realidade, algo que supra as suas necessidades e os sonhos que o mesmo possa ter, podendo o tornar comandante e ao mesmo tempo comandado, poder de ter tudo que quer em pouco tempo, porém paralelo a isso se desfazer mais rápido ainda de tudo que conseguiu, como uma das várias provas existentes trago o depoimento de João Guilherme Estrella, interpretado por Selton Mello no Filme MEU NOME NÃO É JOHNNY.

"...a cocaína era minha excelência, peguei meu Passat e levei pessoalmente a droga, a Srª Laura e Sr Sérgio não tem nada haver com isso, fiz tudo isso sozinho, ...ai eu abri o jornal e tinha lá minha foto, BANDIDO JOHNNY É PRESO, meu nome não é Johnny, meu nome é João, não sou bandido, não sou nenhum Pablo Escobar, não tenho quadrilha, não tenho fortaleza, não tomo wisque bom, não tenho dinheiro na Suíça, não tenho nada disso, eu usava droga e vendia, ia usando, ia vendendo, SE EU FOSSE TÃO PODEROSO ASSIM, MINHA FAMÍLIA NÃO IA VENDER SEU ÚNICO IMÓVEL QUE TEM PRA PAGAR MINHA DEFESA, não queria que minha mãe tivesse aqui ouvindo isso..., USO DROGA DESDE MOLEQUE, UNS TEMPOS ANTES DE SER PRESO EU TAVA CHEIRANDO MUITO, CHEIRANDO MUITO, CHEIRANDO COM MEUS AMIGOS, CHEIRANDO MAIS DE CEM GRAMAS POR SEMANA, desculpa mãe, só queria falar pra senhora o que eu to sentindo agora, é... TODO MUNDO TEM SONHO NA VIDA, TAMBÉM TENHO MEUS SONHOS, a juíza o interrompe dizendo; mais o senhor pra realizar os seus sonhos, não tinha que necessariamente recorrer a uma atividade criminosa seu João. João responde; MAIS EU NÃO VENDIA DROGA PRA GANHAR DINHEIRO, EU VENDIA PRA GASTAR DINHEIRO, PRA COMPRAR MAIS PÓ, PRA USAR MAIS DROGA. A juíza novamente o interrompe; o Sr ta falando de crimes previstos em lei e ele responde; É QUE EU NUNCA SOUBE O QUE É DENTRO E O QUE É FORA DA LEI, NA MINHA VIDA AS COISAS FORAM ACONTECENDO.

A Juíza do Filme Srª Marilena Soares interpretada por Cássia Kiss, refletindo sobre a sentença pensa;  "- analisando as provas, a pena para esse jovem e seus amigos pode ser muito longa, no entanto, a questão é, o direito é uma ciência exata? Alguma coisa como uma equação derivada do código penal? Evidências + flagrante + atenuante? E então se determina uma sentença? Já na sentença ela diz; ...fica difícil imaginar o punhado de pessoas com graves problemas de dependência conseguirem no crime a estabilidade que jamais conseguiram em suas vidas...

Não é impossível a recuperação, tudo vai da força de vontade e claro a ajuda da família, amigos, enfim de todos que de fato influenciam na vida do dependente é essencial, é fato que temos que cobrar melhores condições de tratamento das instituições públicas responsáveis, para casos como o acima relatado. E também devemos cobrar uma melhor interpretação e averiguação dos fatos com relação aos julgadores, pois como relata no filme o João Estrella pertencia à classe média alta do Rio, então já se descarta ai a tese de que é a sociedade que corrompe o indivíduo, por que na maioria dos casos o envolvido pertence a classes mais baixas da sociedade (favelas, morros, etc.), levantando-se a tese de que nesse caso é o indivíduo que corrompe a sociedade, o João tinha grande influência e amizades com famílias da zona sul do Rio, isso foi o suficiente para torná-lo maior traficante de drogas daquele setor carioca.

Mais voltemos para a questão da recuperação, é difícil a vida de um dependente em fase de recuperação, por que no começo é tudo flores a ajuda ta ali à disposição, mais com o passar do tempo a vida vai voltando ao normal, à uma reestruturação sim, mais as dificuldades vão aparecendo também, ai vem as tentações de querer fugir da realidade para que aquilo passe rápido, certo, o indivíduo voltou a sua vida normal se reestruturou novamente, entretanto, antes de tudo por mais que longínquo for esse tempo, ele é um dependente em fase de recuperação e isso vai acompanhá-lo pro resto de sua vida e ele terá que saber conviver com isso e claro poder "tocar" sua nova vida pra frente.


Por: Thiago M. Florentino

Os anjos das Ruas

Não diferente da realidade do resto de nosso país, a cidade de Patos tem em suas ruas, avenidas, galerias, praças e adjacências, crianças de várias idades e ambos os sexos jogadas ao Léo, exploradas por sua inocência de vida e espírito, sem noção do que seus atos atuais possam refletir drasticamente no seu futuro, se é que esse possa vir a existir, não adianta ficar só no: ô bixin, coitado, como é que isso acontece em pleno Séc. 21, se ficar só nisso pode acontecer pior, se surgir comentários como: vagabundo, fugiu de casa, dá nisso, falta de pai e mãe com vergonha na cara. Paremos com isso!

Não podemos dar volume a um problema, mas sim, devemos procurar solução para o problema. É preciso dar oportunidade a essas crianças, para que elas tenham ESPERANÇA e possam ter SONHOS e embasar um FUTURO. Reflitamos mais, tenho aqui uma letra de música que enfatiza bem isso, Anjos das Ruas (título do artigo) de Rosa de Saron. 

Anjos das Ruas
Composição: Eduardo Faro

Andando pelas ruas
Eu vejo algo mais do que arranha-céus
É a fome e a miséria
Dos verdadeiros filhos de Deus
Vejo almas presas chorando em meio a dor
Dor de espírito clamando por amor
Anjos das ruas
Anjos que não podem voar
Pra fugir do abandono
E um futuro poder encontrar
Anjos das ruas
Anjos que não podem sonhar
Pois a calçada é um berço
Onde não sabem se vão acordar
Às vezes se esquecem que são seres humanos
Com um coração sedento pra amar
Vendendo seus corpos por poucos trocados
Sem medo da morte o relento é seu lar
Choros, rangidos, almas pra salvar.


por: Thiago M. Florentino

Crenças e preconceitos moldam reação das pessoas a prazer e dor

ENTREVISTA PAUL BLOOM

UM VINHO BARATO COM RÓTULO DE BEBIDA CARA PARECE SER MAIS GOSTOSO, DIZ PSICÓLOGO, ASSIM COMO O MESMO CHEIRO PODE SER AGRADÁVEL OU NOJENTO DEPENDENDO DO CONTEXTO EM QUE É ENCONTRADO POR DIFERENTES PESSOAS

Folha de São Paulo - VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A EDIMBURGO

Paul Bloom, professor do Departamento de Psicologia da Universidade Yale (EUA), quer entender por que o conhecimento e as nossas crenças interferem na forma como sentimos prazer, seja ao beber um vinho, ver uma obra de arte ou fazer sexo.
Autor do livro "How Pleasure Works" (Como o Prazer Funciona), Bloom diz que, ao sentirmos prazer, respondemos a coisas mais profundas do que gosto, cheiro ou aparência. Na verdade, diz, nosso prazer é guiado pelo que sabemos, ou julgamos saber, sobre o objeto ou a pessoa com os quais interagimos.
"Mesmo nos prazeres mais animais, somos influenciados por aquilo em que acreditamos", diz o pesquisador.
Bloom, 47, também estuda o comportamento moral de bebês e diz que a crença de que todas as crianças são anjos está errada. "São humanos como eu ou você. Têm impulsos bo ns e maus."


O psicólogo, cuja disciplina de introdução à psicologia está disponível de graça para download(oyc.yale.edu/psychology/introduction-to-psychology), esteve na semana passada em Edimburgo, onde participou da TEDGlobal, série de palestras sobre inovação.
Após falar para uma plateia de 850 pessoas, ele conversou com a Folha. Confira os melhores trechos da conversa abaixo.

Folha - Como o prazer funciona? O que afeta a forma como apreciamos as coisas?
Paul Bloom - Ao obter prazer, não respondemos apenas aos aspectos superficiais de um objeto ou pessoa, como gosto, cheiro, aparência. Nosso prazer é afetado pelo conhecimento e pelas crenças que temos. Por exemplo, se achamos que um vinho é caro, teremos mais prazer em tomá-lo. No caso da pintura, você pode amar um quadro se acredita que é um Picasso ou um Chagall e não dá a mínima se pensa que é uma falsificação. Mesmo que o original e a cópia sejam iguais.
No caso das pessoas, juntamos à aparência outros fatores que julgamos conhecer sobre elas, que podem ser idade, vida profissional etc.

E com relação à comida? Por que uma pessoa gosta de queijo e outra não?
Queijo é um bom exemplo. Muitos têm cheiro muito forte. Se você disser a alguém que o cheiro que está sentindo é de um animal, ela ficará enojada. Mas se disser que é de um queijo, e que ele é caro, a pessoa pode salivar.

Como é esse processo dentro do cérebro?
Ninguém sabe. Sabemos pouco sobre o que acontece no cérebro. Mas o conhecimento direciona nossas sensações de uma forma que sejam prazerosas ou não.

É possível ensinar alguém a ter prazer?
Fazemos isso o tempo todo por meio da educação. Poucas crianças apreciam, a princípio, música clássica. Mas algumas desenvolvem o gosto por esse tipo de música. Ninguém nasce com apreço por arte moderna.

É possível controlar esse sistema de prazeres?
Depende. Eu não gosto de queijo. Nada me faz gostar de queijo. Por outro lado, se você quer mesmo desenvolver o gosto por algo, a melhor maneira é adquirir conhecimento sobre essa coisa.
Por exemplo, pegue uma pessoa que gosta de música clássica e não goste de rap. Mas essa pessoa, por alguma razão, quer gostar de rap. O melhor caminho é pesquisar, aprender sobre esse movimento cultural.

E os prazeres sexuais, são inatos ou desenvolvidos?
O ser humano, como todos os animais que dependem de reprodução, tem desejo sexual. Mas sexo é outro exemplo interessante de como o conhecimento e as crenças definem o desejo, o prazer.
Imagine um homem heterossexual vendo um vulto nu à distância. Se ele acreditar que é uma estrela de cinema, uma modelo, ficará muito excitado. Mas se de repente pensar que é um homem, ou sua mãe, sua irmã, sua filha, o desejo, a excitação, acabará imediatamente.

É possível separar o que já apreciamos ao nascer de prazeres desenvolvidos depois?
Sim. O gosto por açúcar, por exemplo, que já aparece em bebês, aparentemente é algo inato. Já o gosto por música clássica é adquirido.
Muitos do s prazeres e desprazeres originais estão relacionados com a evolução, com coisas boas do ponto de vista animal. Por exemplo, animais não gostam de bater a cabeça na parede, porque machuca. Já humanos adultos podem desenvolver prazeres que não estejam ligados ao bem-estar. O masoquismo é um desses casos.

O senhor diz que há a mesma relação entre conhecimento e dor. É possível, então, ensinar alguém a tolerar a dor ou sentir menos dor?
Não há dúvidas de que a dor é influenciada pelo conhecimento. Pesquisas mostram que sentimos mais dor se soubermos que a pessoa que nos causa essa dor o faz de propósito.
Por outro lado, há o caso de atletas. Corri uma maratona há alguns anos e senti muita dor, mas sabia por que estava doendo. Porém, suponha que tivesse acordado um dia com as mesmas dores. Seria muito mais intolerável, porque desconheceria a causa.

O senhor também estuda bebês e moralidade. O que já descobriu?
Que mesmo bebês de seis meses fazem escolhas baseadas em conceitos morais. Preferem, por exemplo, pessoas que são amigáveis.
Em outros institutos de pesquisa, já mostraram que bebês não gostam de ver pessoas sendo agredidas ou feridas, e que, se já têm mobilidade, tentam ajudar.

Muitos defendem que a moral está relacionada com conceitos religiosos. A pesquisa desmente isso?
Já sabemos que a moral não está diretamente ligada a religiões. Os ateus não são piores que os religiosos. O conceito de [Fyodor] Dostoiévski, a ideia de que, se não houvesse Deus, tudo seria permitido, é completamente falso. O fato de uma pessoa não crer em Deus não faz dela um assassino.

Thiago M. Florentino

Fonte: Blog Dependência Quimica - Coord. do Prof° Dr. Ronaldo Laranjeira
UNIAD - União de Pesquisas em Álcool e Drogas