É fácil criticar, quanto se houve dizer que a música
está banalizada hoje, ou o forró se acabou, ninguém se importa mais com a qualidade da
letra, o que interessa é está na festa, “...se todo mundo vai, também vou”.
O trabalho acadêmico de Luanja Dantas e Thays Lira, abre um
debate sobre o forró, um vídeo-documentário com o tema: Forró; “aberto para
balanço”, com intuito de mostrar que o forró é mais do que o tradicional ou
estilizado, o forró é cultura, não é só um estilo musical ou um estilo de dança,
tudo tem seu começo e depois vem suas transformações.
No vídeo-documentário, foram entrevistados cantores
tradicionais de forró, como Flávio José, Pinto do Acordeon, Aécio Flávio e
Amazan, e cantores de bandas de forró estilizadas, como Rayner Rilker, Neto, e Samara Madeira da Banda Mastruz com Leite e
Neno da Banda Magníficos.
O forró em sua origem tinha o contexto de expor o sofrimento
e a vida do trabalhador da zona rural nordestina, cantava histórias tristes,
eram poucas as letras “alegres”, até que do fim da década de 70 até o fim da
década de 80 o forró tradicional entrou em decadência e teve que passar por
transformações, o precursor dessa estilização do forró foi Emanuel Gurgel,
ex-árbitro de futebol, empresário e produtor musical, ele foi quem idealizou a colocação
de instrumentos eletrônico para se tocar
forró, como baixo, guitarra e bateria.
A banda cearense Mastruz com Leite foi o primeiro grupo a
utilizar esses instrumentos eletrônicos, e junto a isso começaram a criar
letras mais alegres e divertidas, pouco tempo depois aconteceu outra inovação,
a banda de forró paraibana Magnificos passa a usar além da guitarra, do baixo e
da bateria, também incluiu instrumentos de metal, tais, saxofone, trombone e
trompete e também passaram a criar letras românticas.
Essas transformações fizeram com que o forró reaparecesse,
agora com mais impulso, os ditos tradicionalistas firmam o pé dizendo que o que
o forró de verdade está se acabando, certo que tem aqueles que ainda levam tudo
nas costas, mais estão perdendo espaço para a “coisa estilizada” que se
instalou no forró.
Vimos que existe um embate entre as duas gerações, porém há
um ponto em comum que é certeza de ter que seguir a evolução dos
acontecimentos, pois é fato que muita coisa que é tocada por ai não tem o
mínimo de sentido, mais é possível sim produzir música de qualidade sem
precisar apelar para nada.
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Thiago M. Florentino