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Fotomontagem: internet |
Um ano atrás, em 17 de abril de 2016, foi escrita a página
mais vergonhosa da história brasileira: a "assembleia de bandidos
presidida por um bandido", como definiu o escritor Miguel Sousa Tavares,
ao se referir à sessão da Câmara dos Deputados que permitiu a abertura de um
processo de impeachment sem crime de responsabilidade – ou seja, um golpe –
contra a presidente Dilma Rousseff; decorridos 12 meses, o Brasil se tornou uma
nação arruinada econômica e moralmente; mais do que isso, todos os
protagonistas do golpe foram desmascarados; Eduardo Cunha, que presidiu a sessão,
está preso em Curitiba, condenado a mais de 15 anos de prisão, por corrupção,
evasão e lavagem de dinheiro; Aécio Neves, o agitador do golpe, é hoje um dos
políticos mais desmoralizados do País, acusado de receber mais de R$ 50 milhões
para favorecer empreiteiras; Bruno Araújo, que chorou ao dar o voto decisivo,
também está na lista de Fachin; enquanto isso, Dilma Rousseff segue de pé em
sua luta para devolver a democracia ao Brasil e foi aplaudida em todas as
universidades em que discursou nos Estados Unidos.
Há
exatos doze meses, no dia 17 de abril de 2016, a Câmara dos Deputados escreveu
uma das páginas mais vergonhosas da história do Brasil. Numa sessão em pleno
domingo, presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), parlamentares investigados por
corrupção acolheram um pedido de impeachment sem crime de responsabilidade
contra a presidente Dilma Rousseff, reeleita com 54 milhões de votos.
Abriu-se ali o roteiro de um golpe parlamentar que arruinou a
economia brasileira, que encolheu quase 10% desde então, e desmoralizou a
imagem do Brasil no mundo. De país admirado pela melhoria dos indicadores
sociais, o Brasil voltou a ser uma típica república baneneira, marcada por
golpes rastaqueras.
Naquele mesmo dia, o escritor português Miguel Souza Tavares fez a
definição precisa – e antológica – para a sessão: uma assembleia de bandidos
presidida por um bandido.
Um ano depois, é impossível não lhe dar razão. O parlamentar que
presidiu a sessão, Eduardo Cunha, hoje está preso em Curitiba, condenado a mais
de 15 anos, por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O senador
Aécio Neves (PSDB-MG), agitador do golpe, é hoje um dos políticos mais
desmoralizados do País, acusado de receber mais de R$ 50 milhões para favorecer
empreiteiras, sendo o recordista de pedidos de inquéritos no Supremo Tribunal
Federal – cinco, ao lado de Romero Jucá (PMDB-RR), que dizia ser necessário
derrubar Dilma para estancar a sangria da Lava Jato. Também presente naquela
fatídica sessão, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que chorou ao dar o voto
decisivo para o acolhimento do golpe parlamentar, hoje é yn dos oito ministros
de Michel Temer denunciados ao Supremo Tribunal Federal.
Enquanto isso, Dilma Rousseff segue de pé em sua luta para
devolver a democracia ao Brasil e foi aplaudida em todas as universidades em
que discursou nos Estados Unidos. A narrativa das "pedaladas
fiscais", pretexto para o golpe, foi desmoralizada pelo próprio Michel
Temer, em entrevista concedida à TV Bandeirantes neste sábado. Nela, Temer
confessou que Dilma só foi derrubada porque não garantiu os três votos no
conselho de ética que poderiam ter salvo seu parceiro Eduardo Cunha. Ou seja:
Dilma caiu porque não se dobrou a um chantagista (leia mais aqui).
Nesta segunda-feira, seu advogado, José Eduardo Cardozo, juntará como prova no
processo que questiona o mérito do impeachment e pede a anulação do golpe a
prova fornecida pelo próprio Temer (leia mais aqui).