Cerca de 81%
dos brasileiros consideram os partidos “corruptos ou muito corruptos”, segundo
pesquisa Ibope divulgada ontem pela Transparência Internacional. Isso quer
dizer que quatro de cada cinco pessoas põem em xeque a base da representação
política no País.
Os números do levantamento concluído em março traduzem uma insatisfação que
ficou explícita três meses depois, com a série de manifestações que se
alastraram pelas cidades brasileiras.
Se comparados à percepção de moradores de outras áreas do globo, fica claro que
os brasileiros estão mesmo descontentes. Na média dos 107 países que
participaram da pesquisa organizada pela organização não governamental, algo em
torno de 65% dizem que os partidos são “corruptos ou muito corruptos”.
Tudo piorou de três anos pra cá
Cerca de 81%
dos brasileiros consideram os partidos “corruptos ou muito corruptos”, segundo
pesquisa Ibope divulgada ontem pela Transparência Internacional. Isso quer
dizer que quatro de cada cinco pessoas põem em xeque a base da representação
política no País.
Os números do levantamento concluído em março traduzem uma insatisfação que
ficou explícita três meses depois, com a série de manifestações que se
alastraram pelas cidades brasileiras.
Se comparados à percepção de moradores de outras áreas do globo, fica claro que
os brasileiros estão mesmo descontentes. Na média dos 107 países que
participaram da pesquisa organizada pela organização não governamental, algo em
torno de 65% dizem que os partidos são “corruptos ou muito corruptos”.
Ou os Partidos mudam ou eles
afundarão
‘Caixa-preta’.
Segundo o autor
do informe, os indicadores mostram que os brasileiros estão cansados de não
saber como o poder é administrado, quem paga por ele, quem recebe e quem se
beneficia. “Os partidos são como caixas pretas e, para mudar essa percepção,
uma reforma importante será dar mais transparência ao financiamento dos
partidos.”
Ainda segundo a avaliação de Salas, que é diretor regional da ONG para as
Américas, as manifestações nas ruas no Brasil colocaram “uma pressão enorme”
sobre os políticos. “Depois das manifestações no Brasil, se os partidos não
mudarem, vão acabar de se afundar”, afirmou. O representante da TI alerta
também para a possível aparição e fortalecimento de líderes carismáticos por
causa do descrédito dos partidos políticos. Conclui, porém, que o resultado das
manifestações de junho é positivo. “O que ocorreu dá esperança.”
Os dados mostram que, no Brasil, 81% dos entrevistados disseram que podem fazer
a diferença no combate à corrupção. Na médias dos países envolvidos na
pesquisa, o índice é de 65%.
Numa escala de 1 a 5, onde cinco é o grau máximo de corrupção, o setor público
brasileiro atingiu nota 4,6. “A taxa é mais elevada que no resto da América
Latina”, afirmou Salas.
Cerca de 70% dos entrevistados no Brasil acreditam que a corrupção no setor
público é “muito séria”, contra uma média mundial de apenas 50%.
Em torno de 77% dos brasileiros admitem que ter “contatos” na máquina publica é
“importante” para garantir um atendimento. A percepção em relação ao setor
privado se inverte. No Brasil, apenas 35% das pessoas acham que as empresas são
“corruptas ou muito corruptas”. Fora do País, a média é superior: 45%.
Comodidade
Outra constatação
da Transparência Internacional é que, no Brasil, a proporção de pessoas
disposta a denunciar a corrupção é mais baixa que a média mundial: 68% diante
de 80%.
Cerca de 44% dos entrevistados disseram que não denunciam por medo, enquanto
outros 42% alertam que suas ações não teriam qualquer resultado. “Se o governo
estiver sendo sincero de que quer combater a corrupção, precisa criar
mecanismos que permitam a denúncia e que protejam as pessoas”, disse Salas.
Entre os que aceitam fazer a denúncia, a maioria revela que para tal usaria os
jornais, e não os órgãos oficiais do governo.
Um a cada quatro entrevistados no Brasil admitiu que pagou propinas nos últimos
dez meses para ter acesso a um serviço público. “O pagamento de propinas
continua muito alto. Mas as pessoas acreditam que têm o poder para parar isso”,
disse Huguette Labelle, presidente da Transparência Internacional. Para ela, os
políticos devem dar o exemplo, tornando públicos a sua renda e os ativos de
família.
Outras instituições
Depois dos partidos e do Congresso, a polícia
aparece na pesquisa como a instituição mais desacreditada. Cerca de 70% dos
brasileiros a classificam como “corrupta ou muito corrupta”. No resto do mundo,
o índice é de 60%.
O Judiciário, entre os brasileiros, tem mais crédito do que entre a população
dos outros países. Aqui 50% apontam a instituição como “corrupta ou muito
corrupta”. Fora, o índice é de 56%. As Forças Armadas aparecem com índice baixo
de percepção de corrupção. No Brasil é de 30% e na média dos outros países da
pesquisa da Transparência Internacional, 34%.
Fonte: Estadão