sábado, 24 de março de 2012

Salve paraíba querida, onde o sol nasce primeiro!


A Fundação Ernany Sátiro comemorou seu 21º aniversário em grande estilo.
Rogério Dantas; Funcionário da Justiça Eleitoral e poeta patoense.

Jessier Quirino; Arquiteto, escritor, poeta e natural de itabaiana.

No auditório do Fórum Miguel Sátiro, ontem (sexta, 23) a noite, a cidade de Patos prestigiou com grande estilo “nordestinêis”, a bela apresentação da vida do sertanejo pelos poetas patoense e itabaianense, Rogério Dantas e Jessier Quirino.

Tentarei fazer aqui, na mesma forma que foi a noite de ontem, transformar em versos e poesia, tudo o que aconteceu, antecipo que como fizeram os artistas não consigo me igualar, mais também não há porque eu não possa tentar. 

Da representação de Dantas, dos “dez de galopes na beira do mar” ao conto de Quirino, sobre o sentimento bonito do oceano, em sua “Paixão de Atlântico na beira do mar”.

 

Rogério Dantas deu início as apresentações,

de Fagner à Geraldo, Alceu e “seu” Luiz cantou várias canções,

histórias do amanhecer do dia,

até quando ele anoiteceu,

falou do plantador de milho,

que num “doutor” juiz,

uma rasteira lhe deu.

 

Contou tantas histórias outras,

de canções sertanejas perdi a conta

e pra fechar com chave de ouro,

da composição de Antonio Emiliano lembrou,

“Patos dos meus tempos” com todos os presentes cantou

e assim sua apresentação terminou.

 

Chegou a vez de Jessier Quirino,

Tão esperado pela grande plateia presente,

Logo no início, começou com “o povo” brincar,

Lembrando de como as horas,

O sertanejo gosta de tratar,

Construiu ali uma bodega,

Depois de apresentar todos os produtos,

O cliente “enduvidado”,

Viu o vendedor lhe entregar,

O que achava não encontrar lá,

Um parafuso de cabo de serrote.

 

Contou de quando o matuto,

Recusou a duvidosa oferta,

“felaputista” e “politiqueira”

Do sinhô seu coroné,

De quando pela primeira vez

foi na capital, um filme no cinema ver,

um filme internacionalmente legendado

não vendo a hora de voltar,

louco pra o filme contar,

aos matutos do sertão,

Que viu Arnô Sajinegue,

1.140 letras da legenda derrubar,

E deixar só três letras,

um ‘F’, um ‘I’ e um ‘M’

pra dizer que foi o finá.

 

A nostalgia Jessier nos fez bater,

Quando analogia ao poema,

de Manuel Bandeira fez,

levou todos no auditório,

ao passado passear,

“vou de volta pro passado”

No olhar de cada um,

Era possível ver,

Uns olhinhos de criança,

Que admirados e bem atentos a história,

Não queriam um instante perder.

 

Presenciei ontem a noite, um dos momentos “impar” em minha vida, vi duas autoridades no auditório do Fórum Miguel Sátyro se apresentar, não eram doutores das ciências, mais sim doutores da sapiência de um povo que não perde as esperanças, guarda suas raízes, foi vanguarda do crescimento brasileiro, salve Paraíba querida, onde o sol nasce primeiro.

 

Thiago M. Florentino