segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Três lápides e três posturas


Era uma vez três religiosos, um deles achou ter achado a religião mais perfeita e saiu ensinando-as querendo que todos aderissem a ela. O segundo achou ter achado religião ainda mais perfeita e saiu ensinando-a; queria que todos aderissem a ela.

O terceiro achou ter achado a religião perfeita para ele; talvez pudesse ser perfeita também para o outros… Mas ficou no talvez!… Saiu divulgando-a, mas quando um amigo dizia ter achado outra religião, respeitava a escolha do amigo. Não impunha a sua; dialogava.

Deus lhe dera uma mensagem que lhe fazia bem e, quem sabe tivesse dado a mensagem que ao outro lhe fizesse bem! Discordava em alguns pontos das outras mensagens, mas não se valia disso para ofender os outros. Se alguém queria vir para a sua igreja, ele acolhia; se quisesse ir embora ele respeitava. Os colegas o chamavam de tíbio e leniente demais.

Mas ele garantia que era crente no Deus absoluto, sem absolutizar a sua fé. Nunca superlativizou seu grupo de igreja. Aprendeu a viver com outras crenças, entendendo que a luz de Deus é difusa, e que o mesmo Sol que brilhava no telhado de sua casa e da sua igreja, brilhava também nas casas e igrejas dos outros.

Viveu dialogando e morreu dialogando. Era assim que ele entendia o Reino de Deus. 

Pregadores deste Reino convidam mas não mentem nem usam de estatísticas falsas ou truques de marketing para arrastar gente para seus templos.

Os outros dois viveram convertendo gente e enchendo seus templos de gente que vinha ouvir suas pregações inflamadas de amor e de fé e cercada de mil garantias de felicidade aqui e na outra vida. E convenciam! Morreram tentando converter os outros.

No cemitério da cidade há três monumentos. Na lápide de um está escrito: -“Pregou a religião verdadeira, anunciou incansavelmente a verdadeira fé”. Na lápide do outro também se liam quase os mesmos dizeres. Na lápide do terceiro alguém escreveu: “Acreditou que Deus dialoga e dialogou”.

Pe. Zezinho

Chega de hipocresia, meu Deus é o mesmo que o seu! (Thiago M. Florentino)

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