Foto: divulgação da internet |
O
relatório anual da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicado nesta
segunda-feira (19) informa que 57 jornalistas morreram no mundo em 2016 no
exercício da profissão, principalmente em países em guerra como a Síria.
Somente
na Síria, 19 profissionais da imprensa foram assassinados, seguido pelo
Afeganistão (10), o México (9), o Iraque (7) e o Iêmen (5), destaca a ONG. Além
das 57 vítimas fatais, nove "jornalistas-cidadãos" (blogueiros) e
oito "colaboradores" de meios de comunicação estão entre as vítimas.
No
total, 2016 registrou dez mortes a menos do que 2015. "Essa redução
significativa se explica pelo fato de que cada vez mais jornalistas fogem de
países muito perigosos: Síria, Iraque, Líbia, mas também Iêmen, Afeganistão,
Bangladesh ou Burundi, que se transformaram em buracos negros da informação,
onde reina a impunidade", diz o relatório da RSF.
Quase
todos os jornalistas morreram em seus países, com exceção de quatro que
perderam a vida quando trabalhavam no exterior. Com 19 vítimas em 2016, contra
nove em 2015, a Síria se tornou o país mais perigoso para o jornalismo.
Pelo
menos 780 jornalistas foram assassinados nos últimos 10 anos, de acordo com os
números da RSF. "Os dados alarmantes traduzem uma violência cada vez mais
deliberada e o fracasso de iniciativas internacionais a favor da proteção dos
jornalistas", afirmou o documento.Dois
terços dos jornalistas mortos estavam em zonas de conflito, "uma dinâmica
que se inverteu na comparação com a situação de 2015, quando muitos repórteres
morreram em tempos de paz, como ocorreu no ataque contra a revista Charlie Hebdo em
Paris", explica a ONG.
Cinco
mulheres entre as vítimas
Entre
os 57 jornalistas assassinados este ano há cinco mulheres, incluindo as afegãs Mariam Ebrahimi, Mehri Azizi e Zainab Mirzaee, que
morreram em janeiro em Cabul em um atentado suicida. Pela primeira vez, o
relatório da RSF incorpora os jornalistas-cidadãos e colaboradores dos meios de
comunicação, que antes entravam em outras categorias.
O
número de jornalistas presos no mundo aumentou em 2016, em particular na
Turquia, onde mais de 100 profissionais da imprensa estão detidos, segundo um
relatório da RSF publicado em 13 de dezembro. A organização se uniu a outras
iniciativas para apresentar um pedido "solene" de criação de um posto
na ONU responsável pela proteção dos jornalistas.
Agência Brasil com
informações da AFP
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