Foto: reprodução da internet |
A
Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de hoje (26) a Operação Perfídia para
desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem internacional
de dinheiro, blindagem patrimonial e evasão de divisas com ramificações em pelo
menos cinco países.
Cerca de 200 policiais
federais cumprem 103 mandados judiciais, sendo 55 de busca e apreensão, 46 de
condução coercitiva e dois de prisão temporária.
As ações se concentram
no Distrito Federal, mas também ocorrem na Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e
Tocantins.
De
acordo com a corporação, as investigações começaram em agosto de 2016, a partir
da prisão em flagrante, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, de um
estrangeiro que tentou entrar no país com um passaporte brasileiro falso.
Segundo apuração do
Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF), o documento foi
providenciado por integrantes do esquema.
Conforme decisão do juiz
federal, Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, a operação deverá
ser mantida sob sigilo por 24 horas.
A medida visa garantir o
cumprimento de todos os mandados. Em função do sigilo temporário, nesta
quarta-feira, não serão informados quem são os alvos das medidas cautelares e
nem quais suspeitas pesam contra cada um deles.
A Polícia Federal
investiga se integrantes da organização realizavam operações de câmbio
não-autorizadas, além de dissimularem a aquisição de imóveis de alto valor e
promover a evasão de divisas.
Para isso, eles se
utilizavam de “laranjas” e falsificavam documentos públicos, especialmente
certidões de nascimento emitidas em cartórios no interior do Brasil.
Segundo a PF, o “núcleo
duro” da organização era formado por proprietários de postos de gasolina,
agências de turismo, lotéricas, entre outros estabelecimentos e era responsável
pela aquisição fraudulenta de imóveis para lavagem de dinheiro.
A PF informa que,
somente em uma das operações de compra e venda, o negócio chegou a R$ 65
milhões.
A organização contava
também com o apoio de advogados, contadores, serventuários de cartórios,
empregados de concessionárias de serviços públicos e até de um servidor da
Polícia Federal.
Em ação realizada ainda
no ano de 2016, em endereços ligados a um dos integrantes do chamado “núcleo
duro”, foram encontrados documentos que apontam para uma empresa do tipo offshore (aberta em paraísos fiscais, que
oferecem isenções de impostos e taxas e mantêm sob sigilo o nome do
proprietário) que pode ter realizado movimentações que excedem US$ 5 Bilhões.
O nome da operação é uma
referência à traição e deslealdade dos integrantes do “núcleo duro” da
organização criminosa com o País.
Agência Brasil
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