Foto: Agência Brasil |
O
Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) já soma 56 novas denúncias
de assédio no trabalho, seja sexual ou moral, somente até 19 de abril deste
ano. São 230 casos com processo em andamento no órgão. Um deles é de um
funcionário obrigado a cheirar um pano molhado com urina dos colegas de
empresa.
Segundo o procurador do Trabalho, Eduardo Varandas, as demandas
só tendem a aumentar. Ele explicou que, muitas vezes, para assegurar o emprego,
trabalhadores se submetem a práticas abusivas e vexatórias.
“Deparamo-nos com situações absurdas, ao ponto de exigir do
trabalhador que não atingiu determinada meta inalar odores de uma toalha
urinada por todos os outros funcionários”, apontou Varandas, que já acompanhou
vários casos envolvendo vítimas de assédio.
Danos psíquicos
O procurador Eduardo Varandas destacou que o assédio moral é um
atentado à dignidade do trabalhador, com possíveis danos psíquicos. “Não
podemos permitir que o ser humano se torne objeto de uma crise econômica que,
cada vez mais, oprime o trabalhador. E o contexto atual depõe em favor disso,
já que o cenário é de flexibilização das leis trabalhistas”, ressaltou
Varandas.
O MPT-PB tem 577 denúncias ou procedimentos registrados, no
período de janeiro de 2014 a março de 2017, envolvendo assédio no trabalho
(moral e/ou sexual).
O órgão listou alguns dos exemplos de assédio moral:
- Exigir metas de difícil alcance ou inalcançáveis;
- Tratamento inadequado com os empregados (uso de palavras de
baixo calão ou depreciativas);
- Tarefas vexatórias (mandar uma mulher limpar o banheiro
masculino, com homens dentro);
- Exercício abusivo do poder hierárquico (restringir a
possibilidade do funcionário ir ao banheiro, uma única vez, por 10 minutos),
etc.
Ascom MPT PB
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