Foto: reprodução da internet |
O presidente Michel Temer vai exonerar
todos os ministros que tiverem mandato na Câmara dos Deputados para que possam
votar a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, que trata da
reforma da Previdência. A exoneração deve ocorrer dias antes da votação no
plenário da Casa, prevista para a segunda semana de maio. Antes, o relatório de
Arthur Maia (PPS-BA) será votado na comissão especial criada para discutir o
tema.
A decisão de Temer foi anunciada pelo
ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, após reunião do
presidente com a equipe ministerial ontem (24), no Palácio do Planalto. “É um
reforço. É como se fosse reforçar o time em campo. Vai ficar mais reforçado
ainda com a ação efetiva e presente dos ministros na Câmara dos Deputados”.
Imbassahy, inclusive, será exonerado para reassumir seu mandato pelo PSDB.
A equipe de ministros de Temer conta
com 14 deputados federais. Mas, neste caso, apenas 13 deputados terão voto, uma
vez que Raul Jungmann (PPS-PE), ministro da Defesa, é suplente de Mendonça
Filho (DEM-PE), que será outro a deixar temporariamente seu cargo para voltar à
Câmara.
“O governo vai jogar todas as forças no
sentido da aprovação da reforma da Previdência”, disse Mendonça Filho. Para
ele, a decisão de voltar à Câmara para votar “afirma o compromisso daqueles que
ocupam função nos ministérios no sentido de ajudar uma reforma decisiva para o
futuro do Brasil”, disse. “É uma reforma que, sem ela, o Brasil vai afundar”,
completou.
O expediente já havia sido adotado pela
ex-presidenta Dilma Rousseff em abril do ano passado. Na ocasião, ela exonerou
quatro ministros que tinham mandato na Câmara para votarem contra seu
impeachment. O gesto de Temer, no entanto, vai além do voto no plenário. Ele
quer os ministros atuando junto aos líderes dos partidos para garantir a
fidelidade da base ao governo.
Para o Palácio do Planalto, a
iniciativa é também simbólica e reflete a importância que o presidente Temer dá
a essa votação. Além da exoneração dias antes da votação, os ministros não
farão viagens a partir desta semana. Eles devem ficar em Brasília para receber
parlamentares e líderes dos seus partidos na articulação em prol da aprovação
da reforma.
Para Imbassahy, o governo terá votos
suficientes depois que o novo texto da reforma apresentado por Arthur Maia for
conhecido por todos os parlamentares e pela sociedade. “Acho que vai ter uma
interação entre opinião pública e congressistas. E os congressistas vão ver que
agora é uma outra base e que suas propostas foram absorvidas no relatório do
deputado Arthur Maia”.
Imbassahy afirmou que não deverão mais
ser feitas alterações no relatório de Arthur Maia e que essa é uma posição
compartilhada pelo governo e pelo próprio relator. O presidente da comissão,
Carlos Marun (PMDB-MS), fez um acordo com a oposição para que não houvesse
obstrução durante a leitura do parecer e se comprometeu a fazer sessões de
debate ao longo desta semana. Segundo Marun, com a votação do relatório no
colegiado no próximo dia 2, a previsão é que a leitura no plenário da Câmara
ocorra no dia 8 de maio.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário